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Qual a importância do Jornalismo e da Publicidade para a sociedade? 

É incontestável que o Jornalismo e a Publicidade são de fundamental utilidade para toda a sociedade. No entanto, com os avanços da tecnologia e a velocidade na produção de informação surgem vários questionamentos sobre a qualidade dos profissionais que desenvolvem esses trabalhos. Ainda é difícil para algumas pessoas identificar em meio a essa massiva quantidade de informações o que realmente é produto de um Jornalismo ou Publicidade que não sejam mascarados pelo mercado.

 

Para a Assessora de Comunicação da Diocese de Joinville, Marcela Passos, muitos não sabem diferenciar o jornalista de um comentarista ou de um radialista. “Existe ainda o pensamento de que apareceu em algum programa ou escreveu algum texto é jornalista”, explica Marcela. No entanto ela ressalta que percebe-se que a comunidade está exigindo mais qualidade na informação. “Exigindo mais qualidade automaticamente ela percebe a importância de um bom jornalismo”, conclui Marcela. 

 

Já a publicidade trabalha com a problemática de movimentar o mercado e para isso o exercício da ética implica em como oferecer um produto sem ferir a necessidade do consumidor. “Um bom profissional de publicidade precisa estar atento às questões sociais também, porque uma falha nesse sentido pode manchar a imagem de uma empresa”, enfatiza o publicitário Rodrigo Andrade. Ele também exemplifica a importância do profissional no sentido de mobilização em campanhas sociais. Para um bom desempenho é preciso pessoas pensando na identidade da campanha que transmita seriedade. 

Por mais evoluída que seja uma sociedade, é preciso levar em consideração que a boa comunicação é uma ferramenta essencial para qualquer profissional em qualquer ambiente e é perceptível o quanto a linguagem profissionalizada é exigida nos mais diversos segmentos. Um exemplo disso são as igrejas, que investem em profissionais de Publicidade e Jornalismo na produção de seus materiais de divulgação. “Precisamos nos apropriar desses novos métodos para descobrir maneiras de transmitir a boa nova de Cristo”, diz Valdir Tromm, coordenador da Pastoral da Comunicação.

Outro setor que se apropria do Jornalismo e da Publicidade são as mídias alternativas, como os jornais de bairros. “Recebemos o jornalzinho do bairro e percebemos que ele melhora dia a dia, acredito que seja uma forma de perceber a importância dos profissionais e saber que eles se fazem presentes em nosso cotidiano”, diz o morador do Bairro Costa e Silva, Euclides Nunes. 

 

Uma discussão pertinente que cerca a comunicação parte de grupos que são críticos da mídia local monopolizada. De acordo com o tecnólogo em Mecatrônica Wagner Nunes, é preciso entender que nesses meios trabalham uma diversidade de profissionais, que nem sempre compartilham dos mesmos ideais das empresas. “Acredito que está nas mãos da sociedade filtrar essas informações e definir o que absorver dela ou não”, reforça Wagner. Ele ressalta também que todos os setores devem estar atentos aos meios de comunicação devido a importância na formação de opinião e da própria sociedade.

A ética na Comunicação: o papel do diploma

 

Em 2009 o Supremo Tribunal Federal fez o julgamento sobre o processo de suspensão da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo. A graduação em Jornalismo deixa então de ser uma necessidade para os que desejam entrar na profissão. Para os profissionais de Publicidade, também não há a obrigatoriedade de graduação. A profissão tem um órgão regulador, o Conar, mas este trata do conteúdo do que é produzido e não da qualificação dos profissionais. Mesmo assim, os cursos de Comunicação, com habilistação em Jornalismo e em Publicidade, continuam sendo ofertados nas universidades do país e despertando o interesse dos estudantes.

 

Publicidade

Os publicitários formados concorrem muito, por exemplo, com profissionais de Design. São designers que encontraram oportunidades em agências e que ao longo da carreira montaram um bom currículo e um bom portfólio. Para Maurício Melim, publicitário e professor dos cursos de Comunicação do Bom Jesus Ielusc, o diploma é importante para o profissional, mas o currículo ainda conta muito.  

Segundo Melim, o aluno do curso de Publicidade tem uma formação muito mais cultural do que o profissional que aprendeu trabalhando em uma agência. Ele destaca a importância das aulas técnicas, mas para se tornar melhor, o profissional deve compreender o impacto que a sua produção tem na comunidade. O profissional que não passou pelo ensino superior em Publicidade tende a estar mais ligado à política da agência em que trabalha, enquanto o publicitário formado vai além da pura preocupação mercadológica.

 

Esta preocupação com a publicidade e sua influência na comunidade tem crescido nos últimos 10 anos. De acordo com Maurício, algumas agências já se preocupam verdadeiramente com isso, mas uma grande parte se preocupa mesmo com o mercado. Pensando nestas modificações da profissão, o professor adianta que a nova grade do curso pensa mais na formação cultural do aluno.

 

Com o crescimento de Joinville e também das cidades da região, novas empresas devem aparecer e as que já existem podem crescer. Por isso, Melim acredita que há uma fatia do mercado a ser preenchida pelos alunos que se formam. Além disso, a comunicação está sempre sendo modificada, com novas tecnologias sendo criadas e também novas técnicas. Com isso, os profissionais tendem a encontrar nichos onde podem desenvolver a teoria e a técnica aprendidas na faculdade.

 

Jornalismo

Assim como os publicitários, os jornalistas formados também por vezes dividem espaço com profissionais de outras áreas. Jornalistas relatam os acontecimentos da comunidade em que estão exercendo a profissão todos os dias. De acordo com a jornalista Izani Mustafá, doutoranda em Comunicação, o jornalista deve ir além de informar. O profissional deve levar o seu receptor a uma reflexão sobre o contexto em que está inserido. “O papel do jornalista na comunidade é muito importante porque cabe a este profissional interpretar, relatar, narrar, descrever fatos do dia a dia e acontecimentos sociais e culturais com o máximo de isenção”, afirma Izani.

Para ela, a formação superior em Jornalismo é fundamental para o bom desempenho da profissão. Isso porque é no curso de Comunicação que o aluno tem a oportunidade de conhecer o código de ética profissional do jornalista. Também é na faculdade que o futuro jornalista adquire conhecimentos básicos de filosofia, antropologia, sociologia e outras áreas que estão envolvidas na profissão.

 

O aprimoramento dos cursos de Jornalismo não tem fim. Novas plataformas de comunicação são criadas e os cursos devem estar preparados para passar estas informações para seus alunos. Izani comenta que houve um tempo em que os cursos quiseram deixar de lado as disciplinas humanas. Depois, a chegada da internet provocou mudanças na profissão e professores defenderam que estas novas tecnologias fossem inseridas nas grades curriculares. “Agora acredito que está ocorrendo uma volta às humanas e está se usando as novas tecnologias pensando em formar jornalistas também mais humanos”, comenta.

Sobre o espaço ocupado pelos alunos do Ielusc na comunicação da cidade, Izani destaca que há 20 anos as redações, rádios e agências eram ocupadas por profissionais do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo. E conforme os alunos concluíram o curso, foram sendo absorvidos pelos veículos de comunicação da cidade.

 

 

A atuação do jornalista na comunidade

 

A preocupação com o social coletivo é uma característica da profissão de jornalista. Prestar serviços à população por meio da informação faz parte da essência desse profissional. Albertina Camilo, editora de opinião e comunidade do jornal A Notícia, em Joinville, sempre fica impressionada com a quantidade de cartas que recebe de leitores. “Durante essa onda de protestos, pude perceber que o povo não quer só assistir, quer participar também”. Para a editora, se depender  dos leitores, o papel do jornalista como porta-voz das notícias está garantido. Ela diz que a confiança e o respeito da comunidade com os repórteres do veículo é enorme. “Há muito respeito e  sobretudo, confiança”. Prova disso é quantidade de ligações para a redação em busca de auxílio ou  informações que deveriam ser transmitidas por órgãos públicos. Por esses e outros motivos, Albertina acredita que o jornal impresso ainda irá demorar para ser completamente extinguido.  Para a jornalista, a comunidade entende e acima de tudo, respeita o profissional que é formado, principalmente os que trabalham em veículos de comunicação. Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que colheu dados para descobrir qual o perfil do jornalista brasileiro, Albertina faz parte de 55% dos profissionais do mercado que atuam em veículos de comunicação. Os outros 60% se dividem em outras atividades que utilizam conhecimentos em jornalismo.

É o caso de Salvador Neto, que encontrou autonomia para atuar sem amarras no mercado de trabalho. Nesse leque de possibilidades inerentes à carreira de um comunicador, Salvador encontrou seu lugar. Atuando como consultor e assessor de imprensa autônomo, teve oportunidade de estabelecer contatos com diferentes públicos, o que o fez enxergar seu trabalho sob dois ângulos distintos, principalmente no que diz respeito à comunicação entre redação e assessoria de imprensa. A graduação em Jornalismo é sem dúvida um dos principais requisitos para a atuação no mercado. E para ele, ainda há o que se avançar. “Com a corporação entendendo a lógica do jornalismo nas redações, e compreendendo as várias nuances da comunicação, e não só em crises, melhoraria e muito, toda a sociedade.” 

 

Assim como Albertina, o jornalista garante que há respeito ao profissional de jornalismo, e que a sociedade percebe e acolhe melhor um profissional formado. Ele atribui à graduação em jornalismo o papel de fomentador da  mudança que precisa acontecer nos meios de comunicação.

Atualmente Izani mora em Portugal e seu último trabalho em Joinville foi como gerente da Rádio Joinville Cultural (105.1)

Para a jornalista Marcela Passos, a comunidade está exigindo mais qualidade na informação

Rodrigo acredita na importância do publicitário em campanhas de mobilização da comunidade

Salvador atua como consultor autônomo e com isso consegue trabalhar com mais liberdade em relação ao mercado.

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